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Salvaguarda da coleção de têxteis Heloisa Annes
Este projeto foi viabilizado via financiamento coletivo, sob minha responsabilidade, com recursos arrecadados entre 15 de agosto de 2021 e 30 de setembro 2021 para atividades de salvaguarda da coleção de têxteis pertencente a Heloisa Annes.
As atividades envolveram conservação preventiva, digitalização, documentação e disponibilização ao público. As imagens dos objetos e suas fichas de catalogação foram doados ao Museu Moda e Têxtil da UFRGS.
O financiamento coletivo foi possível graças a contribuição dos seguintes benfeitores e benfeitoras:
Aline Santiago Maria Cecília Fabrício de Paula
Ana Helena Chagas Diefenthaeler Marília Couto e Silva
Ana Norogrando Marília Herter
Ana Yoshie Hanashiro Mariza da Conceição Parmeggiani
Antonio Fernando B Santos Marlise Noschang
Berenice Py M Couto e Silva Monica Pedroso de Albuquerque Lacerda
Bianca Azenha Ribeiro de Lira Nathalia Lessa Rodrigues Pereira
Carolina Bouvie Grippa Nicole Rinaldi de Barcellos
Christina Cupertino Nina Sargaço
Diego Bouvie Grippa Nise Chagas Berlitz
Dulce Maria Freitas Annes Paulo Gomes
Edgar Chagas Diefenthaeler Ricardo Santos
Eliane Muratore Rosella Horts
Elizabeth Horta Correa Scheila Lais Eggert
Esther Pinheiro Selimar Irma Pais
Fabiana da Silva e Silva Sonia E Moeller
Fabiana Valek de Oliveira Sonia Falcetta
Francisca Sperb Indrusiak Telma Gozzi Fernandes
Francisco Petersen Tiago Gamaliel Caetano e Souza
Frigg Kersting Chaves Valquiria Peter Bacellar
Heloisa Conceição Annes Vera Felippi
Ivelise A P Barssotti Wendyel Borin
Joana Bosak de Figueiredo Zinia M C Carvalho
Joana de Azevedo Moura
Laura Teixeira de Oliveira
Marcelo Felippi
Heloisa nasceu em 1927 e mantem consigo uma coleção composta de mais de 300 objetos têxteis que guarda com muita dedicação, visto que há itens de longa data (muitos produzidos por sua mãe, a partir de 1920), ou seja, objetos com 100 anos. A coleção, além de inúmeras amostras de diversas técnicas, possui luvas, lenços, toalhas, guardanapos, rendas industriais para aplicação em roupas e decoração e muitos outros objetos usados na confecção das peças (agulhas especiais, cadernos de amostras, revistas, suportes, etc.). Soma-se a isso, a riqueza de detalhes que Heloisa emprega na descrição verbal de alguns itens, seja da confecção, do propósito da confecção do objeto e até mesmo de uso. Tal riqueza de narrativa seria inalcançável se estivesse em outras mãos, pois no auge de seus 93 anos, transmite conhecimento e propriedade para decifrá-los e descrevê-los.
Muitos objetos dessa coleção também foram doados por outras pessoas que viram em Heloisa uma guardiã. Pela riqueza de todo esse conjunto, acredita-se que seja importante a documentação e registro de todos esses objetos e de suas histórias, pois a coleção pode alavancar inúmeros estudos e pesquisas relacionados aos têxteis, uma vez que se trata de objetos representativos de saberes, fazeres, memórias que contribuem para o estudo de técnicas, de modos de vida, comportamentos e relações sociais.
A invisibilidade de um acervo pouco ou nada contribuiu para a construção do conhecimento, para a pesquisa e fruição do patrimônio cultural, sendo assim, ao final, todo o material produzido (fotos, documentos, fichas de catalogação) serão doados ao Museu Moda e Têxtil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul que disponibilizará o conteúdo de forma on-line.
A coleção Heloisa Annes, por possuir muitos itens considerados como didáticos para o ensino de práticas têxteis (cadernos de pontos e amostras) pode ser usado para enriquecer e renovar o repertório de artesãos, artistas e designers que estão envolvidos com atividades têxteis nos dias de hoje. Em nosso país, as práticas artesanais vinculadas aos têxteis estão presentes em diferentes camadas sociais, tanto como atividade de recreação quanto fonte de renda.
Tais práticas também embasam a produção de marcas e designers no país que recorrem a repertórios de práticas tradicionais para levar suas criações para o país e o mundo, visto que tais referências tem apelo sustentável em sintonia como novas necessidades mundiais. Nesse aspecto, o acervo pode contribuir para aumentar o repertório de quem faz uso de diferentes técnicas (crochê, tricô, macramê, frivolité, nhanduti, bordado, renda renascença, etc.) para comercialização de produtos e promover economias locais.
CRONOGRAMA:
As atividades de salvaguarda foram executadas dentro do prazo previsto de 3 meses, sendo elas: conservação preventiva (higienização e acondicionamento), preparação de documentos (ficha catalográficas), digitalização dos objetos e, por último, a disponibilização do conteúdo, conforme descrito acima na apresentação do projeto.
Início em outubro/2021 e término em 28 de dezembro/2021.
* Algumas etapas do trabalho foram disponibilizadas em minhas redes sociais:
Instagram: @diving_into_textiles @verafelippi
Linkedin: Vera Felippi